Marcelo Bertoluci
Professor da Escola de Direito da PUCRS e ex-presidente da OAB/RS
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Um estudante sempre em formação. Um gestor e administrador de sua carreira, de seu próprio negócio, de seu escritório. Às vezes, apresenta algumas características de psicólogo, contador e relações públicas. Diplomata, assistente social e político por excelência. E, também, secretário de si próprio. Tudo isso - e mais um pouco - pode ser resumido no nome "advogado".

A imagem do "advogado de Hollywood" pode ser inspiradora, mas está muito longe da realidade da imensa maioria dos profissionais da Lei. Dar show no tribunal, ganhar uma causa milionária e ser aplaudido são coisas que definitivamente não fazem parte da nossa rotina. Na prática, e dentro dos princípios éticos, atendemos clientes de todas as classes sociais, nas mais variadas situações, e sem muito glamour - mas com muito respeito e impacto coletivo.

Um advogado que representa uma pequena empresa no interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, de algum modo influencia a vida de todas as pessoas em uma região inteira. Em que pese seu relacionamento direto seja com os sócios, o impacto se dá na vida de dezenas de funcionários e suas famílias, atingindo, assim, centenas de pessoas. Se considerarmos que esse advogado representa essa empresa perante o poder público, a Prefeitura, a Câmara de Vereadores, associações, sindicatos e outras organizações, temos aí uma influência na ordem dos milhares.

Não é por acaso que, ao lado de médicos, sacerdotes e professores, os advogados exerçam uma das funções mais primordiais e antigas da civilização. Quando falamos em sociedades devidamente civilizadas e desenvolvidas, a tendência é que se olhe para a qualidade das leis. É claro que esse não é um fator desprezível; contudo, boas leis sem bons profissionais para operá-las, não mudam realidades.

Portanto, não é exagero dizer que o desenvolvimento dos nossos municípios, do nosso Rio Grande e do Brasil passa diretamente pela valorização dos nossos advogados. Profissionais completos e que ajudam a movimentar a economia, harmonizam as relações sociais e, principalmente, cuidam de gente, de pessoas, com humanidade.